segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Feira de Troca de Brinquedos em Brasília





Vivemos num mundo onde a ordem é o acúmulo de coisas. Compramos coisas, ganhamos coisas muito mais do que precisamos. Para não deixar a máquina parar de girar, as empresas, nas datas comemorativas criteriosamente estabelecidas ao longo do ano, nos convidam a comprar e presentar mais e mais. É certo que faltará espaço para guardar, tempo e oportunidade para usar essas coisas. É certo que um dia não precisaremos mais de todas as coisas e precisaremos passá-las adiante. Doar qualquer bem material, por mais simples que seja, demanda um exercício de desapego. Algumas pessoas sequer cogitam doar um alfinete que seja. Outras o fazem com consciência e extrema facilidade assim que o objeto perde sua serventia. Para quem doa, saber que aquilo que não lhe serve mais poderá ser útil a outras pessoa é gratificante. Afinal, aquele casaco esquecido no armário passará a aquecer alguém, o bichinho de pelúcia acumulando poeira na prateleira será o companheiro de brincadeiras de um pequenino. Sim, doar o que nos sobra é essencial ao nosso crescimento como pessoas humanas. Mas quantas vezes doamos apenas para abrir espaço para novas aquisições?

A troca é tudo o que foi descrito acima e um pouco mais. Um pouco mais que faz muita diferença. Na troca, além da sensação de ter deixado alguém feliz com a coisa que não nos serve mais, passamos a enxergar a tal coisa como coisa que é. Algo cujo valor deve ser expresso não pela marca, pela grife, pelo nome, mas pela serventia que terá nas mãos do outro. Em contrapartida ( e que contrapartida), podemos escolher algo que não serve mais ao outro e que nos servirá como se novo fosse, pois novo será o destino que daremos a essa coisa. Ela não foi comprada, não esteve numa vitrine. A coisa simplesmente existe e nasce para nós no momento da troca. Se para um adulto isso já é uma experiência interessante, imagine para uma criança? Vivenciar a troca e aprender o real valor das coisas. Ver que é possível se alegrar e brincar com algo que não veio de uma loja, mas da casa de outra criança. Estas são experiências com as quais a visita à loja de brinquedos nunca será capaz de competir.

Quanto à campanha de doação de brinquedos para os mais carentes, a troca também acaba servindo a este propósito. Nas feiras de troca, todos os brinquedos que sobram, uma vez desapegados dos donos, vão para doação. E então, vamos nos permitir a experiência da troca?



Essa é a atitude que o Ministério do Meio Ambiente (MMA) quer incentivar no Dia das Crianças por meio da Feira de Trocas, que será realizada no dia 12 de outubro, no Parque da Cidade, a partir das 10h no Parque Ana Lídia. A iniciativa visa evitar o consumo exagerado e estimular práticas colaborativas entre crianças e faz parte de um movimento nacional que está levantando a bandeira de um Dia das Crianças diferente.

FEIRA DE TROCA DE BRINQUEDOS
DATA: 12/10
HORÁRIO: 10h
LOCAL: Parque da Cidade - Parque Ana Lídia

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