VOCÊ CONHECE A HISTÓRIA DE TAGUATINGA?
Estudos realizados pela Universidade Católica de Goiás revelam que o Distrito Federal e a região do Entorno possuem importantes registros arqueológicos que datam da pré-história. Segundo esses estudos, os Sítios Arqueológicos da região do Ribeirão Melchior, próximo às cidades de Taguatinga, Ceilândia e Samambaia, indicam que a presença do homem aqui é tão antiga quanto nas demais partes da América do Sul.
Sob o solo de Taguatinga e Ceilândia, já foram encontrados vestígios de fósseis humanos, os paleoíndios, os primeiros habitantes da América do Sul. Segundo José da Silva Brandão em seu livro “Taguatinga – Ensaio Histórico – 1752-1958”, a presença do homem branco por aqui foi anotada no crepúsculo do século XVI, rumo ao Pará, usando como caminho os grandes rios e os varadouros, que eram nada menos que trilhas indígenas nos campos, cerrados e matas. O homem branco passava por estas paragens, em grupos conhecidos como “bandeiras”.
Mais de cem anos depois das passagens dos bandeirantes no Planalto Central, teve início a colonização dessa região, atraída pela existência do ouro que foi o grande incentivo para os aventureiros rumo ao coração do Brasil. A bandeira de João Leite da Silva Ortiz foi a primeira a explorar a região do Planalto Central e, para isto, contou com companheiros como: Antônio Bueno de Azevedo, Urbano Couto de Menezes, Manoel Rodrigues Tomaz e outros. Estes foram os descobridores de minas de ouro em Santa Luzia (hoje Luziânia), em Santo Antônio dos Montes Claros (hoje Santo Antônio do Descoberto), na região de Mestre d’Armas (hoje Planaltina) e em outras regiões que hoje compõem o entorno do DF.
As fazendas de criação e agricultura do território de Taguatinga foram inicialmente ocupadas por influência do grupo de Urbano Couto de Menezes, que promovia a criação de gado e plantação de cereais, legumes etc., para sustentar os escravos e trabalhadores nas diversas minas de ouro de sua propriedade. A primitiva fazenda “Tauá-Tinga”, nome indígena que significa “barro-branco”, em princípio ocupava o perímetro entre o Ribeirão Vicente Pires, Riacho Fundo, Ribeirão Ponte Alta, Córregos: Barreiro, Barreirinho, Cabeceiras do Ribeirão do Engenho ou das Lajes, Córrego Tição ou Buriti, Rio Santo Antônio, até à barra do Ribeirão das Pedras, daí seguia este até à cabeceira, deste ponto à cabeceira do Córrego do Valo e Vicente Pires, por este abaixo até a sua foz no Ribeirão Riacho Fundo, onde teve princípio.
A fazenda Taguatinga não tinha no seu perímetro nenhuma exploração aurífera. Em contrapartida havia ótimo ambiente para a plantação de roças e boa pastagem natural o que chamou a atenção para que a sua ocupação ocorresse com certa rapidez.
Os mineradores que lutavam com sérias dificuldades por falta de recursos e abastecimento de gêneros alimentícios iam ocupando as vertentes e nelas fazendo as suas roças de mandioca, arroz, milho, feijão, hortaliças e frutas, tabaco e algodão, cana e outros. À medida que a mineração do ouro ficava mais dispendiosa, os pequenos mineradores e faiscadores verificaram que produzir alimentos como cereais, farinha, rapadura, leite e carne para vender aos mineradores abastados, davam-lhes melhor resultado que continuar enfrentando as dificuldades da mineração nas chapadas, sem água para a lavagem do cascalho aurífero.
Segundo José da Silva Brandão, Gabriel da Cruz Miranda foi quem se instalou primeiro em Taguatinga, onde requereu do governador da capitania de Goiás, Gomes Freire de Andrade (Conde de Bobadella), em 1.749, uma sesmaria1, que abrangia do Ribeirão Vicente Pires ao ribeirão das Pedras. A sede que comportava 17 escravos, situava próximo onde hoje se localiza a ACIT/FACITA. Em 1781, a fazenda Taguatinga foi vendida a Antônio Couto de Abreu, filho do Bandeirante Urbano Couto de Menezes.
As grandes dificuldades na mineração fizeram com que os mineradores migrassem para a lavoura e criação de gado. No fim do século XVIII, já acontecia forte demanda e disputas por terras de pastoreio. No início do século XIX começaram a surgir os primeiros núcleos de lavoura, surgindo também a produção artesanal de vestimentas, bem como a produção de material para a construção civil.
A consolidação da cidade de Taguatinga se deu quase 2 séculos após esse período, quando o grande contingente populacional gerado pela construção de Brasília se instalou na região do Planalto Central. A mão-de-obra mudou-se para a região com o intuito de trabalhar e fixar residências. O afluxo ocorrido foi tão intenso, que ainda no período de construção, a Cidade Livre, projetada inicialmente para ser um núcleo provisório para abrigar os trabalhadores, já se configurava em aglomerado urbano e as invasões proliferavam diariamente.
A cidade foi fundada em 5 de junho de 1958 em terras do município de Luziânia – Goiás, na Fazenda Taguatinga, a oeste de Brasília. Seis meses após a instalação dos primeiros habitantes, Taguatinga já era uma realidade, já funcionavam no local escolas, hospitais, casa para professoras e estabelecimentos comerciais.
Nenhum comentário:
Postar um comentário